Padrões e Índices

Padrões de Qualidade do Ar

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os padrões de qualidade do ar visam à proteção da saúde humana. O processo de estabelecimento desses valores de referência deve atingir as menores concentrações possíveis, considerando as limitações locais, capacidade técnica e prioridades de saúde pública.

Seguindo as recomendações da OMS, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), por meio da Resolução Conama nº 491/2018, estabeleceu novos padrões de qualidade do ar no Brasil. O valor de concentração de cada poluente específico na atmosfera, associado a um intervalo de tempo de exposição, foi determinado para que o meio ambiente e a saúde da população sejam preservados em relação aos riscos de danos causados pela poluição atmosférica.

Os padrões estabelecidos pela Resolução Conama nº 491/2018, consideram um conjunto de metas gradativas e progressivas para que a poluição atmosférica seja reduzida a níveis desejáveis ao longo do tempo. Dessa forma, o Padrão Intermediário 1 (PI-1) é o valor inicial a ser adotado pelos Estados. Estudos técnicos de modelagem atmosférica deverão nortear o estabelecimento dos demais padrões intermediários, visando atingir o Padrão Final (PF). Os valores dos padrões estão estabelecidos na tabela abaixo:

Padrões Nacionais de Qualidade do Ar

(Resolução CONAMA N° 491 de 19/11/218)

Poluente Atmosférico

Sigla

Período de Referência

PI-1


μg/m³

PI-2


μg/m³

PI-3


μg/m³

PF


μg/m³

Ppm5

Material Particulado

MP10

24 horas

120

100

75

50

Anual¹

40

35

30

20

Material Particulado

MP2,5

24 horas

60

50

37

25

Anual¹

20

17

15

10

Dióxido de Enxofre

SO2

24 horas

125

50

30

20

Anual¹

40

30

20

Dióxido de Nitrogênio

NO2

1 hora²

260

240

220

200

Anual¹

60

50

45

40

Ozônio

O3

8 horas³

140

130

120

100

Fumaça

24 horas

120

100

75

50

Anual¹

40

35

30

20

Monóxido de Carbono

CO

8 horas³

9

Partículas Totais em Suspensão

PTS

24 horas

240

Anual 4

80

Chumbo

Pb5

Anual¹

0,5

μg/m³

μg/m³

μg/m³

μg/m³

 

1 – Média aritmética anual.
2 – Média horária.
3 – Máxima média móvel obtida no dia.
4 – Média geométrica anual.
5 – Medido nas partículas totais em suspensão – Partes por milhão (ppm).
Padrões de Qualidade do Ar Intermediário PI-1, PI-2, PI-3.
Padrões de Qualidade do Ar final – PF (padrão da Oms).
Micrograma por metro cúbico, μg/m³.

 

A partir destes valores de referência, torna-se possível avaliar a qualidade do ar ao analisar o comportamento de cada poluente. Estas análises são feitas através de estações de monitoramento, de forma contínua, ao longo do dia. E, com base nesses resultados, calcula-se o Índice de Qualidade do Ar (IQA).

Índice de Qualidade do Ar (IQA)
Conforme a Resolução Conama nº 491/2018, o Índice de Qualidade do Ar (IQAR) é valor utilizado para fins de comunicação e informação à população que relaciona as concentrações dos poluentes monitorados aos possíveis efeitos adversos à saúde. Assim, trata-se de uma ferramenta matemática desenvolvida para simplificar o entendimento e o processo de divulgação de dados sobre a qualidade do ar.
A qualidade do ar está associada a efeitos à saúde e sua classificação leva em consideração os valores-guia para exposição de curto prazo definidos pela Organização Mundial da Saúde – OMS, os quais são usados como padrão de qualidade ótimo. Vale ressaltar que a medição mais elevada dentre todos os poluentes medidos em cada estação de monitoramento é a usada para divulgação do índice. Portanto, a pior situação é levada em consideração.
A classificação da qualidade do ar (IQA) utilizada é a mesma adotada pela Cetesb, Companhia ambiental do estado de São Paulo (tabela abaixo), a qual correlaciona os índices de qualidade do ar aos valores dos padrões de qualidade do ar final (PF), estabelecidos pela CONAMA/OMS. Assim, para cada índice é estabelecido um valor adimensional – de 0 a 200 – e dependendo do valor de concentração obtido para cada poluente, a qualidade do ar recebe uma qualificação, atrelada a uma cor que a representa, assim como uma descrição dos possíveis riscos.

Estrutura do índice de qualidade do ar

Qualidade

Índice

Concentração (μg/m³

MP10

24h

MP2,5

24h

O3

8h

CO

8h

NO2

1h

SO2

24h

Boa

0 – 40

0 – 50

0 – 25

0 – 100

0 – 9

0 – 200

0 – 20

Moderada

41 – 80

>50 – 100

>25 – 50

>100 – 130

>9 – 11

>200 – 240

>20 – 40

Ruim

81 – 120

>100 – 150

>50 – 75

>130 – 160

>11 – 13

>240 – 320

>40 – 365

Muito Ruim

121 – 200

>150 – 250

>75 – 125

>160 – 200

>13 – 15

>320 – 1130

>365 – 800

Péssima

>200

>250

>125

>200

>15

>1130

>800

Qualidade do ar e efeitos à saúde

Sem sintomas. Atende às especificações da OMS e Padrões finais do Conama.

Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas) podem apresentar sintomas como tosse seca e cansaço. A população, em geral, não é afetada.

Toda a população pode apresentar sintomas como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta. Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas) podem apresentar efeitos mais sérios na saúde.

Toda a população pode apresentar agravamento dos sintomas como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta e ainda falta de ar e respiração ofegante. Efeitos ainda mais graves à saúde de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas).

Toda a população pode apresentar sérios riscos de manifestações de doenças respiratórias e cardiovasculares. Aumento de mortes prematuras em pessoas de grupos sensíveis.