Unidade de conservação
RVS Mata do Bitury
O Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Mata do Bitury é uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral, criada através do Decreto Estadual n° 49.977, em 16 dezembro de 2020. A unidade de Conservação abrange parte dos Municípios de Belo Jardim e Brejo da Madre de Deus, na Bacia Hidrográfica do rio Capibaribe, na porção nordeste do estado de Pernambuco, e possui uma área de 888,25 ha (oitocentos e oitenta e oito hectares e vinte e cinco ares).
A região do Bitury possui o mais extenso e preservado dos remanescentes de mata úmida de altitude do interior da bacia, que inclui trechos onde a cobertura arbórea nunca foi cortada. O RVS abriga um remanescente de brejo de altitude bem preservado, com extrema importância biológica (com muitas espécies endêmicas e ameaçadas). Quanto à fauna silvestre, comporta uma combinação única de espécies, incluindo táxons endêmicos da Caatinga e do Centro de Endemismo de Pernambuco na Mata Atlântica, populações isoladas de espécies típicas da Mata Atlântica do sudeste e até da Amazônia. Existem pelo menos nove espécies da avifauna ameaçadas de extinção (Thamnophilus caerulescens pernambucensis, Cobopophaga melanops nigrifrons, Pyriglena pernambucensis, Xiphorhynchs atlanticus, Hemitriccus mirandae, Tangara fastuosa, Myrmoderus ruficauda, Conopophaga cearae e Synallaxis infuscata) e duas na herpetofauna (Stenolepis ridleyi e Cercosaura ocellata). Também há espécies de mamíferos vulneráveis ou que, no interior da bacia, subsistem somente nessa região (Puma concolor, Herpailurus yaguarondi, Leopardus tigrinus e Lontra longicaudis).
Os objetivos do Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Mata do Bitury são:
I – Preservar a biodiversidade e os recursos hídricos;
II – Conservar amostras significativas dos brejos de altitude do Estado, protegendo seu patrimônio genético e seus recursos naturais de forma a assegurar condições para a existência, manutenção ou reprodução de espécies ou comunidades da flora e da fauna local, residente ou migratória;
III – Proteger e conservar espécies raras e endêmicas, em perigo ou ameaçadas de extinção, diminuindo a pressão de caça, reduzindo a perda de habitat e favorecendo a sua reintrodução nas áreas de ocorrência;
IV – Estimular a pesquisa científica e a produção de conhecimento sobre os brejos de altitude;
V – Promover atividades de educação ambiental que proporcionem à população local a compatibilização de suas atividades com a conservação dos recursos naturais e aos visitantes informações sobre o bioma e sua biodiversidade; e
VI – Desenvolver ações coordenadas voltadas à conservação ambiental, à convivência com o semiárido e à promoção de incentivos, buscando a melhoria da qualidade de vida da população local e o desenvolvimento sustentável na região.