Unidade de conservação
RVS Matas do Sistema Gurjaú

 

A Reserva Ecológica de Gurjaú foi criada pela Lei Estadual nº 9.989, em janeiro de 1987, e categorizada como Refúgio da Vida Silvestre pela Lei nº 14.324 , em junho de 2011. Está localizada na Região Metropolitana do Recife, abrangendo três municípios: Jaboatão dos Guararapes ( 157,44 ha), Cabo de Santo Agostinho (744,47 ha) e Moreno (175,19 ha), totalizando uma área de 1.077,1 hectares.

Esta Unidade de Conservação, além de ser uma das maiores Unidades de Conservação de proteção integral da Região Metropolitana do Recife – RMR, está situada em bacia de proteção de mananciais (Lei Estadual nº 9.860/86), detendo em seu interior mais de 200 nascentes. A área desta Unidade pertence à Compesa, que faz a captação da água, o tratamento (ETAS Gurjaú e Matapagipe) e a distribuição para o abastecimento da RMR.

Esta Unidade possui também um elevado grau de relevância para a conservação do bioma Mata Atlântica, sendo considerada de extrema importância biológica para o Nordeste e incluída no Atlas da Biodiversidade de Pernambuco como área prioritária, despertando grande interesse da comunidade científica para pesquisas sobre a diversidade biológica do Estado.
Em 2000, o RVS de Gurjaú foi escolhido para ser objeto da destinação de recursos da ação compensatória do licenciamento ambiental da duplicação da BR 232. Com esse recurso foi elaborado o Diagnóstico Sócio-Ambiental da Unidade, construído um prédio-sede, e adquiridos equipamentos para viabilizar as atividades de gestão e fiscalização da área pela CPRH.

Endereço da sede e Contatos
Rua dos Ventos S/N, Engenho Gurjaú (Ref. Estação da COMPESA) Cabo de Santo Agostinho – PE
elaine.cristina@cprh.pe.gov.br
(81)3182-9016

 

 

Conheça o Diploma Legal do RVS Matas do Sistema Gurjaú

Diagnóstico Sócio-Ambiental do RVS Matas do Sistema Gurjaú

O Diagnóstico Sócio-Ambiental do Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú mostrou, em 2004, que a área constitui-se de um conjunto de pequenos fragmentos remanescentes de Mata Atlântica e que, em relação à quantidade e à qualidade das espécies vegetais, possui elevada importância para conservação.

A fauna da reserva, tipicamente de Mata Atlântica, apresenta espécies endêmicas (específicas de determinadas regiões, áreas ou ecossistemas) e ameaçadas. Eventos ecológicos como migração e reprodução valorizam a importância ecológica da área.

A ameaça à manutenção deste ecossistema também é descrita no documento, em razão das ocupações, plantações e criação de animais existentes dentro da Unidade de Conservação.

O estudo apresenta ainda o pré-zoneamento da Unidade e a descrição das oficinas realizadas para subsidiar a “recategorização” da área que, na época, era uma Reserva Ecológica, e para manter seu status de Unidade de Conservação deveria se enquadrar em uma das categorias descritas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei Federal nº 9.985/00).

Diagnóstico Sócio-ambiental do RVS Matas do Sistema Gurjaú

Fauna e a Flora

O RVS Gurjaú constitui-se de um conjunto de pequenos fragmentos remanescentes de Mata Atlântica que, no seu conjunto, tem sido denominado de Matas do Sistema Gurjaú. Os resultados encontrados para o levantamento da flora local, em relação à quantidade e à qualidade das espécies, mostram a grande importância da área para conservação.

A fauna do refúgio, tipicamente de Mata Atlântica, apresenta espécies endêmicas (específicas de determinadas regiões, áreas ou ecossistemas) e ameaçadas. Eventos ecológicos como migração e reprodução valorizam a importância ecológica da área.

AVES
Foi relacionado um total de 220 espécies de aves. Algumas dessas espécies constam da lista de aves ameaçadas de extinção: Tuit surda (apuim-de-cauda-amarela); Picumunus fulvenscens (pica-pau-anão-de-Pernambuco); Myrmeciza ruficauda (formigueiro-de-cauda-ruiva); e Tangara faustuosa (pintor-verdadeiro).

MAMÍFEROS
Neste levantamento foram relacionadas 32 espécies de mamíferos, das quais: Monodelphis americana, que constitui uma das espécies endêmicas da Mata Atlântica, e Callithrix jacchus (sagui), endêmica para o Nordeste.

ANFÍBIOS
Entre os anfíbios, 24 espécies relacionadas são consideradas endêmicas da Mata Atlântica, entre elas: Bufo crucifer; Hyla atlantica; H. branneri; H. semilineata (rã papagaio); Phyllodytes cf. luteolus; Scinax auratus; Adenomera sp.; Eleutherodactylus sp.; e Pseudopaludicola sp.

RÉPTEIS
Foram relacionadas 30 espécies de répteis. Embora nenhuma delas seja exclusiva para o Estado de Pernambuco, as espécies Enyalius catenatus (camaleão); Strobilurus torquatus (lagartixa); Mabuya macrorrhyncha (calango); e Anatosaura sp. (lagartixa) são endêmicas da Mata Atlântica. Dessas, vale ressaltar que Anatosaura sp. e Strobilurus torquatus apresentam maior relevância para a conservação pois, a primeira, é uma espécie descoberta há pouco, e a segunda tem pouca ocorrência na região.

FLORA
Para o RVS Gurjaú, foi relacionado um total de 234 espécies vegetais, entre as quais Maprounea sp. (pinga orvalho); Calathea cf. pernambucencis; Ctenanthe pernambucencis e Maranta andersoniana, constituem espécies endêmicas para Pernambuco. Já Erythroxylum cf. grandifolium (jaqueira da mata) e Henriettea succosa (manipueira) são consideradas endêmicas da Mata Atlântica.

 

Conheça a Ficha Técnica do RVS Matas do Sistema Gurjaú